Publicado em 4 de Fevereiro de 2022 às 16:01 em: Exames
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil terá 625 mil novos casos de câncer a cada ano do triênio 2020-2022. A campanha do Dia Mundial do Câncer, abordada no dia 4 de fevereiro, propõe aumentar a conscientização sobre a doença incentivando o diagnóstico precoce.
Comportamentos não saudáveis como fumar, consumir bebidas alcoólicas sem moderação, sedentarismo e manter dieta pobre em vegetais, aumentam o risco de desenvolver a doença. Além disso, a genética também é um fator relevante. Os cânceres podem ser causados por alterações nos genes. Para a maioria das pessoas que desenvolvem a doença, as mutações genéticas acontecem ao longo da vida. Alguns indivíduos nascem com esta mutação genética herdada de um dos pais, o que aumenta o risco de apresentar a doença. Nesses casos, saber que existe a possibilidade de detectar predisposições ao câncer é muito importante para a prevenção e o tratamento. Isso pode ser feito por meio do sequenciamento genético.
Exames como esse, hoje em dia, já estão mais acessíveis, podendo ser realizados em laboratórios de genética clínica. O exame chamado Painel Ampliado de Risco Hereditário do Câncer é uma opção disponível na Genomika Einstein. “Esse teste avalia 145 genes associados a diversos tipos de câncer, como mama, intestino, próstata, endométrio, entre outros. A partir dos resultados, o paciente, em conjunto com seu médico, pode planejar o melhor programa de prevenção para a doença, com dados personalizados baseados na sua constituição genética”, explica o médico imunologista e geneticista João Bosco Oliveira, da Genomika Einstein.
Para aqueles que já estão diagnosticados com câncer, saber qual a mais adequada droga para o tipo específico da doença também é de extrema importância para a eficácia do tratamento. É para isso que outro exame genético, o Oncoscreen, é utilizado. “O OncoScreen é um exame realizado no DNA e RNA do tumor para definir que drogas podem ser mais eficientes no tratamento daquele câncer. No teste, são detectadas fusões gênicas, alterações na sequência das bases de DNA e no número de cópias de 52 genes diferentes. A definição dessas alterações genéticas permite uma caracterização rápida e segura de cada caso analisado, com ganho de tempo e segurança nas decisões que serão tomadas”, afirma João Bosco.
Para o paciente, o processo de coleta para a realização do sequenciamento genético, etapa presente em todos esses exames, é simples. É realizada uma coleta da amostra, que pode ser de sangue ou saliva. Com isso, ela é processada no laboratório, onde é realizada a extração do DNA que está presente nas células. Após essa etapa, é feito o processamento da amostra e o sequenciamento de segunda geração para analisar a sequência do DNA amplificado em milhares de vezes. Todo esse processo é executado com o auxílio de robôs que agilizam e dão mais segurança e precisão ao processamento das amostras.
Muitos dos testes genéticos realizados no Brasil podem ser feitos através de planos de saúde, de acordo com norma emitida em 2013 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A medida ampliou a cobertura obrigatória, com exames mais complexos, e beneficiou milhões de usuários de planos individuais e coletivos de assistência médica do país. Para realizar os exames é preciso prescrição de um geneticista.