Publicado em 27 de Fevereiro de 2020 às 10:59 em: Exames
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que, no Brasil, cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticadas com algum tipo de Câncer Infantojuvenil a cada ano. Essa é também a principal causa de morte por doenças entre essa faixa etária no país, no entanto, o progresso nos tratamentos tem sido bastante significativo nas últimas décadas. O mês de fevereiro é marcado pelo combate à doença e no Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, que acontece no dia15, diversas ações promovem a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
Entre alguns sinais e sintomas do câncer infantojuvenil estão palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea, caroços ou inchaços - principalmente os indolores, ou outros sinais de infecção. Além disso, perda de peso repentina, tosse persistente ou falta de ar, alterações oculares, febres inexplicáveis e fadiga devem ligar o sinal de alerta nos pais. As famílias devem estar sempre atentas e as visitas ao pediatra devem ser realizadas periodicamente.
“Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, células responsáveis pela defesa do organismo, destruindo agentes estranhos, como as bactérias, por exemplo. Além disso, os que atingem o sistema nervoso central, além dos linfomas, conjunto de cânceres que atacam o sistema responsável por ajudar a combater infecções”, afirma João Bosco Oliveira, médico imunologista e geneticista, diretor do Laboratório Genomika Einstein.
Como a saúde da família deve estar em primeiro lugar, saber que existe a possibilidade de detectar predisposições ao câncer é uma grande aliada na prevenção e tratamento dos pequenos. Exames genéticos estão bem mais acessíveis atualmente, podendo ser realizados em laboratórios de genética clínica. O Painel Ampliado de Risco Hereditário do Câncer, por exemplo, é um dos testes que pode ser realizado nas crianças e a partir dos resultados, a família e o médico podem planejar o melhor programa de prevenção para a doença.
Para os pequenos que já estão diagnosticados com câncer, saber qual a mais adequada droga para o tipo específico da doença também é de extrema importância para a eficácia do tratamento. É para isso que outro exame genético, o Oncoscreen, é utilizado.
“O OncoScreen é um exame realizado no DNA e RNA do tumor para definir que drogas podem ser mais eficientes no tratamento daquele câncer. No teste, são detectadas fusões gênicas, alterações na sequência das bases de DNA e no número de cópias de 52 genes diferentes. A definição dessas alterações genéticas permite uma caracterização rápida e segura de cada caso analisado, com ganho de tempo e segurança nas decisões que serão tomadas”, afirma João Bosco.
Para o paciente, o processo de coleta para a realização do sequenciamento genético, etapa presente em todos esses exames, é simples. É realizada uma coleta da amostra, que pode ser de sangue ou saliva. Com isso, ela é processada no laboratório, onde é realizada a extração do DNA que está presente nas células.