Publicado em 5 de Março de 2020 às 16:54 em: Exames
O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, é o pontapé inicial para diversas iniciativas que se estendem por todo o mês em homenagem às mulheres do mundo todo. Atos por igualdade de direitos e mais respeito marcam a data, que também é uma ótima oportunidade para falar sobre saúde feminina. E quando se fala em cuidado com a saúde da mulher, é fundamental compreender que a prevenção é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada.
O câncer é a principal causa de mortes por doença entre as mulheres no Brasil e de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nelas, os tumores mais comuns são de mama (29,5%), colorretal (9,4%) e colo do útero (8,1%). Além dos exames anuais específicos para mulheres como mamografia e exames ginecológicos, isso significa também, que caso haja qualquer indicativo para a possibilidade de alteração genética, é importante descobrir de forma precoce para obter um tratamento mais eficaz.
No caso dos cânceres de mama e ovário hereditário, os genes culpados mais frequentes são o BRCA1 e BRCA2. “Ao realizar um teste genético, é possível identificar se existe uma mutação dos genes associados a estes tipos de câncer, como o BRCA1 e BRCA2. Ao verificar esta alteração e a existência do risco, pode-se estabelecer um plano de vigilância, diferente do adotado pela população normal, no qual a mulher, por exemplo, irá realizar anualmente ressonâncias magnéticas e mamografias desde idade precoce”, explica João Bosco Oliveira, médico imunologista e geneticista, sócio-fundador da Genomika Einstein. Ele destaca ainda que a detecção precoce da doença permite um tratamento menos agressivo e menor chance de morte.
Já em relação ao câncer de colo de útero ou cervical, mesmo causado pelas persistentes infecções por subtipos oncogênitos do Papilomavírus Humano (HPV), também gera alterações genéticas. Neste caso, genes como EPCAM e MLH1 demonstram mutações prejudiciais. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo que 32% estão infectadas pelos subtipos que geralmente estão atrelados ao câncer, aponta o Inca.
Todas essas anormalidades genéticas que prejudicam a saúde da mulher podem ser detectadas pelo Painel Ampliado de Risco Hereditário de Câncer, exame acessível que pode ser realizado em laboratórios de genética clínica. “O Painel Ampliado de Risco Hereditário do Câncer avalia 145 genes associados a diversos tipos de câncer, como mama, intestino, endométrio, entre outros. A partir dos resultados, o paciente, em conjunto com seu médico, pode planejar o melhor programa de prevenção para a doença, com dados personalizados baseados na sua constituição genética”, completa Dr. João Bosco.